18 de janeiro de 2007

Sim, mas não

Parece que há muita gente que vota sim, mas na verdade devia estar a votar não.
Sim, estou a falar do referendo ao aborto.

Embora a maioria defenda o "sim" no referendo, são mais (45%) os que dizem não dever ser autorizada a IVG "quando a mãe não deseja ter um filho" do que os que acham que deveria ser autorizada (43%).

De assinalar que, caso o "sim" vença, esta é uma possibilidade legal: ou seja, até às dez semanas, a mulher pode requerer uma IVG, se o desejar.

A prova de alguma confusão sobre o que está em causa nesta consulta popular, entre os inquiridos, é ainda mais notória quando se percebe que do total de votantes no "sim" 24 por cento afirmou não dever a IVG ser autorizada nesta situação.

A falta de condições de sustentação de uma criança, por sua vez, só para 49 por cento justificariam a IVG, com 40 por cento a não considerar esse factor como suficiente.
in Minho com Vida, citando o Público

Creio que, após esta situação, convém esclarecer que:
  • O que está em referendo é uma alteração à lei actual;
  • A lei actual já tem algumas excepções: violação da mulher, má formação do fecto, perigo de vida para a mulher. De notar que existem prazos para a realização do aborto;
  • O que se pergunta é se se deve alterar a situação actual, criando mais uma excepção: a despenalização até às 10 semanas, bastando que a mulher o pretenda realizar o aborto, sem que haja situações criminais que conduzissem à gravidez da mulher (violação da mulher) ou situações médicas que pusessem em perigo a mulher ou o feto.
Pergunto: deve a realização do aborto ser despenalizada, só porque a mulher o deseja?
Eu acho que não. Será que a mulher o deseja mesmo, ou terá sido forçada a tal? Não se poderá apoiar a mulher no que a tenha levado a fazer o aborto?

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