25 de abril de 2009

25 de Abril

"Onde é que você estava no 25 de Abril?" Foi esta a pergunta lançada há uns anos pelo jornalista e escritor Baptista Bastos.
Essa frase ficou célebre, mas a minha resposta é simples: não estava. Ainda faltavam quase 7 anos para eu nascer, e os meus pais ainda não eram casados.

Apesar disso, sinto a liberdade trazida pelo 25 de Abril como a melhor coisa que aconteceu a esta cantinho à beira-mar plantado nos últimos, digamos, 80 anos. É verdade que a entrada na UE (na altura Comunidade Europeia) foi um forte marco no história contemporânea portuguesa, mas sem a revolução de Abril tal dificilmente aconteceria.

E essa revolução foi à imagem de Portugal, do seu povo: calma. Costuma dizer-se que não teve derramamento de sangue, mas a verdade é que a meio da tarde, junto à sede da PIDE, alguns dos seus membros, rodeados por populares que se juntavam na rua, resolveram dar uns tiros, tendo morto alguma(s) pessoa(s). Foi o desespero.

Mas o mais importante é que a revolução teve sucesso, que a ditadura acabou, os presos políticos foram libertados, a censura aos jornais e televisão passou a pertencer à história, e o país arrancou para a democracia, com a liberdade de associação assegurada. Foi o início de uma nova era em Portugal, que nos levou ao estado actual, onde o Primeiro-Ministro tem que se defender publicamente das acusações que lhe colocam, onde tudo e todos dizem mal do governo, sem receio de ser preso, de ser privado da sua liberdade ou da dos seus.

Ainda assim, e ao olhar para os números que a genial edição 842 da Visão desta cima (capa em cima), fiquei surpreendido com alguns dos números publicados:

  • 10% dos portugueses dizem que não há liberdade em Portugal, 70% dizem que há, e 17 dizem mais ou menos;
  • 6,4% dizem que há menos liberdade hoje do que há 20 ou 30 anos (o que é um pouco vago, de facto), mas 83,9% dizem que há mais, pelo menos;
  • 18,5% concordariam se fosse possível fazer escutas telefónicas sem autorização de um juiz, contra 65,2% que dizem que não;
  • 22,6% aceitariam buscas judiciais sem autorização de um juiz, contra 64,9% que concordariam sem perder essa liberdade para melhorar a segurança nacional;
  • 28% acham que voltar a ter censura nos jornais seria aceitável, contra pouco mais de metade dos inquiridos que acham que não.
Depois de mais de 50 anos de ditadura, após 35 anos de liberdade, a verdade é que a sociedade portuguesa parece esquecer-se do que é ter a liberdade nesta sociedade. A mesma liberdade que agora apenas se pode tentar perceber através de, por exemplo, uma leitura a alguns dos textos desta revista, que explicam como era feita a censura na imprensa e na sociedade em geral, mas especialmente na imprensa. Talvez porque antes do 25 de Abril o país era pintado de cor-de-rosa, num país onde não havia crimes, nem problemas na sociedade, onde os nossos nunca se comportavam de forma errada durante a guerra ultramarina, onde fazer jornalismo era tudo menos contar a liberdade.


Após 35 anos, as novas tecnologias permitem-nos fazer coisas extraordinárias, e uma delas é seguir a sequência de acontecimentos do 25 de Abril de 1974, mas com um hiato de 35 anos, quase ao segundo, o que pode ser feito em twitter.com/25Abril1974.

Viva a liberdade!

24 de abril de 2009

Sugestão para os saudosistas



Cartaz descaradamente copiado do blogue de André Benjamim.

11 de abril de 2009

Condução segura

Se há algo complicado, esse algo é conduzir a alta velocidade em segurança, sem acidentes.
No caso dos turismos, como é o caso do BTCC, os toques só complicam, e quase sempre levam a que quem é tocado vá à relva ou à gravilha.

Não foi o caso neste vídeo, onde Jason Blate, após ser tocado e ficar de lado em pista, acaba por conseguir seguir na corrida. Veja como, que vale mesmo a pena.