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28 de setembro de 2009

O balanço eleitoral do final de noite

Terminada que está a contagem dos votos nestas eleições legislativas, está na hora de fazer um balanço eleitoral.

A primeira conclusão é simples e clara: o PS ganhou, mas com maioria relativa. No fundo disseram a José Sócrates: "vais ganhar, mas nada de maioria absoluta porque não gostámos nada de como governaste nos últimos 4 anos, no entanto não encontramos outro que mereça ganhar".
Ou seja, e essa é a segunda conclusão, o PSD acaba por perder as eleições e a não mostrar que merecia formar governo, ou seja, a Manuela Ferreira Leite perdeu.
Ainda assim, o PSD teve mais deputados do que há 4 anos, quando concorreu o então demitido Primeiro-Ministro Santana Lopes. Foi a pequena vitória do PSD no seu resultado, sendo a outra pequena vitória a não vitória por maioria absoluta do PS de José Sócrates.

O BE subiu bastante face a 2005, ganhando peso relativo (passou de 5ª força política com 6,4% a 4ª com 9,9%) e peso absoluto (duplicou o número de deputados, que passou de 8 para 16). A nível percentual a subida não foi tão elevada como em número de deputados, o que se explica pelo sistema eleitoral em vigor.
Comparando com o que se poderia esperar do BE face ao que tínhamos observado no último ano, a começar pelo resultado das europeias, perderam algum peso. O porquê disso é uma boa pergunta. Será que disseram ao BE que não os querem como governo? Será apenas por causa do sistema eleitoral? Será apenas por causa do "cartão amarelo" ao governo dado nessas eleições?

O CDS foi um partido que também ganhou bastante nestas eleições, ao subir de 12 para 21 deputados, passando a ser a 3ª força política, e atingindo os chamados "2 dígitos", com 10,5% dos votos.
A subida não é tão elevado em termos comparativos com 2005 como o BE que subiu de 6,4% para 9,9 (subida relativa de 54% de votantes percentuais), quando o CDS subiu de 7,3% para 10,5 (subida de 44% de votantes percentuais), mas o passado recente, quer pelas sondagens, quer pelas europeias, não levava a crer que seriam a terceira força política resultante destas eleições.

A eterna coligação PCP-PEV, ou seja, e para facilitar, o PCP foi um dos "derrotados da noite" (entre aspas porque os balanços de todos os partidos foi que todos ganharam). É verdade que conseguiram ganhar um deputado, mas perderam força relativa (passaram de 3ª para 5ª força política, os únicos entre os 5 partidos mais importantes que perderam força relativa), para além de votos (os únicos para além do PS), no entanto, e tal como em deputados, tiveram maior percentagem de votantes).
Perderam força relativa, mas ganharam peso (deputados) no parlamento.


O cenário de número de deputados, antes dos eleitos pelos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa, é este: 96 do PS, 78 do PSD, 21 do CDS, 16 do BE e 15 do PCP. Com os deputados por eleger, o PS deve ficar com 98 (97 a 99) e PSD com 80 (79 a 91). Como curiosidade temos que o PS ficará com menos deputados do que PSD e CDS juntos, ou seja, no caso de se terem coligado seria altamente provável que viessem a formar governo e tivessem ganho hoje.

Face a este cenário, temos 3 cenários de governo possíveis: PS governa sozinho (98 em 230 deputados), PS coliga-se com PSD (178 em 230) ou PS coliga-se com CDS (119 em 230).
De entre estes 3 cenários os mais verosímeis são PS sozinho ou PS+CDS, mas o que deve ficar é mesmo um PS a governar sozinho, com maioria relativa no parlamento, coligando-se proposta a proposta com os outros partidos no parlamento.
Este é o cenário mais verosímil, mas também o que leva a uma maior instabilidade governativa. E este é o ponto mais importante desta análise, porque o futuro de Portugal vai depender enormemente da forma como o PS gerir as "coligações ad-hoc" no parlamento. Não será de excluir o governo cair por causa de uma moção de censura ao governo que seja aprovada por toda a oposição, mas também não será de rejeitar que este governo seja demitido após uma iniciativa presidencial exclusiva. Fala-se que o governo poderá cair daqui a 2 anos, até porque o intervalo em que o presidente pode actuar é relativamente curto.

Quanto aos pequenos partidos, em função do resultado das europeias, era possível que o MEP, ou outro partido, conseguissem eleger um deputado. Aliás, se os resultados das europeias fossem os das legislativas, então o MEP teria conquistado 1 deputado. A verdade é que não o conseguiu, e quem ficou mais perto de o conseguir até foi o PCTP/MRPP. Ainda assim, só com mais do dobro dos seus votantes em Lisboa, onde terá ficado mais perto de eleger um deputado, é que conseguiria ter elegido um. Simulando de outra forma, se as percentagens de todos os partidos fossem estas, só com 104 deputados a eleger por Lisboa (contra os 47 eleitos) é que o PCTP/MRPP elegeria um deputado. Os resultados em Lisboa com a aplicação do método de Hondt estão em http://icon.cat/util/elections/BTuUEfFDbj, e pode-se fazer algumas simulações.
A proliferação de pequenos partidos não terá sido benéfica para estes.


Mas a análise a estes resultados também tem que passar pelo que aconteceu com as sondagens. Ao contrário do que se passou nas recentes eleições europeias, as sondagens pré-eleitorais acertaram praticamente com os resultados finais, eventualmente tendo ficado dentro da margem de erro, que não é divulgada na compilação citada (clique para ver a imagem).
Olhando também para as projecções, e pegando no caso da RTP mas para as restantes as projecções eram semelhantes, esta ficou praticamente dentro da margem de erro, falhando apenas no caso do PSD por 0,9%.
Ainda assim, é de notar a diferença entre as sondagens e as projecções para o CDS, o que se torna um fenómeno interessante para estudar. Curiosamente, foram as sondagens por telefone que mais se aproximaram do resultado do CDS.


Já agora, uma pequena nota para o resultado do meu distrito, Viana do Castelo, onde o número de deputados manteve-se face a 2005, mas em que PS perdeu fortemente em votantes, percentualmente, (à semelhança do que aconteceu a nível nacional), o PSD perdeu ligeiramente, e com BE e CDS a ganhar votos (também à semelhança do que aconteceu a nível nacional).

9 de setembro de 2009

Telhados de vidro



Ainda bem que Paulo Portas não o disse no Sábado passado à tarde quando esteve por Ponte de Lima.

8 de setembro de 2009

Bússola eleitoral

Recomendo a todos que façam este teste, em especial por estarmos em época de eleições. Ajuda a perceber a vossa posição no mapa político português: mais à esquerda ou mais à direita, mais libertário-cosmopolita ou mais tradicional-nacionalista.

O teste pode ser encontrado nos links abaixo, ou directamente em bussolaeleitoral.pt.

A partir de hoje para descobrir a sua orientação política tudo o que terá de fazer é aceder a http://sic.sapo.pt/bussolaeleitoral e comentar 28 afirmações tais como: O crescimento da economia passa pela flexibilização das leis laborais; Devia-se facilitar ao máximo a obtenção do divórcio; Devemos proteger o ambiente mesmo à custa do crescimento económico.

Concluída esta primeira fase os internautas são ainda convidados a avaliar numa escala de 0-10 os líderes partidários que vão a votos no próximo dia 27, bem como a indicar a probabilidade de votar em algum dos partidos políticos.

O resultado surge finalmente no ecrã, sendo apresentado num gráfico cartesiano onde o posicionamento político do internauta aparece enquadrado com o dos partidos.

A bússola eleitoral da SIC permite guardar, apagar ou imprimir o resultado, bem como enviá-lo a um amigo por correio electrónico.

in Expresso

6 de setembro de 2009

Temos os políticos à nossa imagem

Costumo dizer que temos os políticos à nossa imagem.

Manuel Barros do Limicorum disse o mesmo por outras palavras.

Há políticos que se vendem por um voto. Há políticos sem personalidade, que mudam em função de interesses. Há políticos que se aproximam quando precisam de votos e se afastam quando estão no poder. Há políticos de sorriso fácil, mas falso como Judas. Há políticos desonestos, que vivem do erário público e do trabalho dos outros. Há políticos que não respeitam a democracia e temem a alternância democrática. Tudo fazem para se manter no poder.
Mas afinal quem dá o poder a este tipo de políticos reinante na sociedade portuguesa? É o eleitorado, que no fundo é como os políticos. Há eleitores que se vendem por promessas: um emprego, um projecto aprovado, um subsídio atribuído. Há eleitores irresponsáveis, que votam porque gostam do penteado ou da gravata. Há eleitores que não pensam com a sua cabeça e se deixam influenciar pelo caciquismo.

28 de julho de 2009

BlogConf

O site Sócrates 2009 e o Paulo Querido organizaram ontem uma conferência/debate entre o secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro, José Sócrates, e vários bloggers e twitters.
Este debate foi denominado de BlogConf e até tem um site próprio e uma hashtag própria no twitter, #BlogConf.

É possível ver os vídeos online abaixo ou em directamente no Sapo Vídeos

22 de julho de 2009

Distribuição gratuita de telemóveis (ou como caçar emails)

Provavelmente não terei sido a única pessoa neste mundo que recebeu um email com o seguinte conteúdo, ou semelhante:

Olá, boa tarde.

Depois do sucesso da campanha de Páscoa, na qual a BlackBerry ofereceu centenas de telemóveis, resolvemos dar uma nova oportunidade a quem ainda não foi contemplado.
A BlackBerry, em parceria com a Sapo, está a distribuir gratuitamente smartphones, adoptando uma estratégia de marketing similar à da Nokia.
Com esta acção de marketing, a BlackBerry deseja aumentar a sua popularidade no mercado nacional.
Por esse motivo, está a distribuir gratuitamente o novo modelo BlackBerry Curve 8310.
Tudo o que é preciso fazer para se candidatar a receber este smartphone de oferta, é enviar uma cópia deste e-mail para 20 ( vinte ) conhecidos seus (emails obrigatoriamente válidos), enviando uma cópia ( com conhecimento ) do mesmo para o endereço de Email :
Após o dia 31 de Julho, você será contactado por email pela BlackBerry, a fim de recolher os seus dados pessoais para o envio do seu BlackBerry Curve 8310 de oferta.
Se a mensagem for enviada para 50 (cinquenta) ou mais pessoas, você poderá receber o novo modelo topo de gama BlackBerry Bold 9000(oferta limitada às primeiras 500 pessoas).
Em caso de ruptura de stock, apenas asseguramos BlackBerry Curve 8310.

Boa Sorte!


Luís Ferreira e Sousa
Dep.Marketing
http://www.blackberry.com/

IMPORTANTE: Para que a sua participação seja validada, não se esqueça que terá que enviar o email, com conhecimento da BlackBerry.
(enviando uma cópia do seu e-mail para o contacto blackberry_dp_markt@sapo.pt ).
Após este processo, será contactado pelo departamento de Marketing da Blackberry.

(Concurso autorizado pelo governo civil)

Quem correu a enviar para 20, 50 ou mais emails começo por referir que não vão ter sorte, antes pelo contrário, pois acabaram de colocar nas mãos de um SPAMmer os endereços de emails de amigos e conhecidos vossos, mas também vão passar a receber mais emails de outros spammers que eventualmente comprarão a enorme lista de emails que alguém caçou.

Por isso, aqui fica o alerta para que não caiam nestas esparrelas, deixando ainda mais algumas sugestões:
- não mostre aos outros os endereços electrónicos dos seus amigos, use "Cco" (ou "Bcc") - cópia oculta - para enviar o seu email. Retire os endereços do "corpo" da mensagem antes de reenviar qualquer e-mail, e assim dificulta a disseminação de Vírus e SPAM.
- desconfiem! Desconfiem de qualquer esquema em que alguém promete que algo de bom vai acontecer, seja oferecerem telemóveis, carros, a amizade dos vossos amigos, que vão encontrar o amor da vossa vida, a doação de dinheiro de algum grande site para ajudar à cura da SIDA, ou outra treta qualquer. Desconfiem e não divulguem. Podem perder uma oportunidade, mas também é mais certo que não andam a dar endereços de emails spammers;
- investiguem. Basta fazer uma pesquisa rápida na internet, seja na página da empresa que supostamente oferece alguma coisa, seja uma procura pela oferta em questão. Se for ilegítima ou legítima descobrirão rapidamente;
- não sigam links que encontrem em endereços de email, mesmo que o endereço pareça legítimo, porque muitas vezes o texto do link não corresponde ao sítio para onde aponta (basta colocarem o rato por cima do link para verem na barra de estado para onde aponta).

Estes e outros conselhos também em http://forum.pplware.com/showthread.php?tid=2831.

7 de junho de 2009

Eleições e acessibilidade

Desde há alguns anos que, se não me engano o estado, independentemente da sua forma (juntas de freguesia, câmaras municipais, serviços públicos ligados ao poder central, escolas, universidades, etc), está obrigado a criar condições para facilitar o acesso dos cidadãos com deficiências motoras a edifícios públicos. Está legislado e a lei está publicada (a transposição da lei pode ser encontrada em http://www.euroacessibilidade.com/legis01.htm) e, se não me engano, essa obrigatoriedade já tem alguns anos.

Nos actos eleitorais não sei se é obrigatório, mas dada a universalidade do acto, todas as condições devem ser criadas aos cidadãos para exercerem o seu voto. É verdade que esse acto pode ser exercido sem ser na urna, seja através de voto por correspondência, seja com a ajuda de um membro da mesa, que irá ter com o cidadão ao exterior do edifício, por exemplo a uma ambulância, como chegou a ser feito numa mesa à qual eu pertencia, o que está previsto na legislação.


Assim sendo, torna-se mais incompreensível que uma nova sede uma Junta de Freguesia, apesar de aproveitar as instalações de uma antiga escola primária, tenha como único acesso estas escadas, muito complicadas de aceder por alguém com cadeira de rodas, ou simplesmente com mobilidade reduzida. A freguesia é a Correlhã, em Ponte de Lima.

Mas os problemas não se ficam por aqui. O maior problema é que a mesa 3 só é acessível através de umas escadas algo íngremes, estreitas e sem alternativa. É verdade que a maioria dos eleitores recenceados nesta mesa são cidadãos novos, mas também é verdade que um qualquer eleitor que se recenseie nesta freguesia irá parar a esta mesa de voto, por ficar com um número mais elevado.


Estas imagens foram retiradas numa freguesia do "interior", onde estão recenseados muitos eleitores idosos, com mobilidade reduzida, e também outros novos, com deficiências motoras.
Este é apenas um exemplo, porque neste país, nas centenas ou milhares de mesas de voto existentes, tal como esta reportagem da RTP o mostra.

É assim que se torna o exercício da cidadania através do voto universal? É assim que se procura uma menor abstenção?

12 de maio de 2009

Um novo hino dos Xutos e Pontapés

Os Xutos e Pontapés lançaram um novo disco, e nele está incluída esta faixa, "Sem Eira Nem Beira", que se está a tornar um verdadeiro hino para aqueles que estão contra, ou não estão a favor do Primeiro-Ministro José Sócrates e/ou o seu governo.

25 de abril de 2009

25 de Abril

"Onde é que você estava no 25 de Abril?" Foi esta a pergunta lançada há uns anos pelo jornalista e escritor Baptista Bastos.
Essa frase ficou célebre, mas a minha resposta é simples: não estava. Ainda faltavam quase 7 anos para eu nascer, e os meus pais ainda não eram casados.

Apesar disso, sinto a liberdade trazida pelo 25 de Abril como a melhor coisa que aconteceu a esta cantinho à beira-mar plantado nos últimos, digamos, 80 anos. É verdade que a entrada na UE (na altura Comunidade Europeia) foi um forte marco no história contemporânea portuguesa, mas sem a revolução de Abril tal dificilmente aconteceria.

E essa revolução foi à imagem de Portugal, do seu povo: calma. Costuma dizer-se que não teve derramamento de sangue, mas a verdade é que a meio da tarde, junto à sede da PIDE, alguns dos seus membros, rodeados por populares que se juntavam na rua, resolveram dar uns tiros, tendo morto alguma(s) pessoa(s). Foi o desespero.

Mas o mais importante é que a revolução teve sucesso, que a ditadura acabou, os presos políticos foram libertados, a censura aos jornais e televisão passou a pertencer à história, e o país arrancou para a democracia, com a liberdade de associação assegurada. Foi o início de uma nova era em Portugal, que nos levou ao estado actual, onde o Primeiro-Ministro tem que se defender publicamente das acusações que lhe colocam, onde tudo e todos dizem mal do governo, sem receio de ser preso, de ser privado da sua liberdade ou da dos seus.

Ainda assim, e ao olhar para os números que a genial edição 842 da Visão desta cima (capa em cima), fiquei surpreendido com alguns dos números publicados:

  • 10% dos portugueses dizem que não há liberdade em Portugal, 70% dizem que há, e 17 dizem mais ou menos;
  • 6,4% dizem que há menos liberdade hoje do que há 20 ou 30 anos (o que é um pouco vago, de facto), mas 83,9% dizem que há mais, pelo menos;
  • 18,5% concordariam se fosse possível fazer escutas telefónicas sem autorização de um juiz, contra 65,2% que dizem que não;
  • 22,6% aceitariam buscas judiciais sem autorização de um juiz, contra 64,9% que concordariam sem perder essa liberdade para melhorar a segurança nacional;
  • 28% acham que voltar a ter censura nos jornais seria aceitável, contra pouco mais de metade dos inquiridos que acham que não.
Depois de mais de 50 anos de ditadura, após 35 anos de liberdade, a verdade é que a sociedade portuguesa parece esquecer-se do que é ter a liberdade nesta sociedade. A mesma liberdade que agora apenas se pode tentar perceber através de, por exemplo, uma leitura a alguns dos textos desta revista, que explicam como era feita a censura na imprensa e na sociedade em geral, mas especialmente na imprensa. Talvez porque antes do 25 de Abril o país era pintado de cor-de-rosa, num país onde não havia crimes, nem problemas na sociedade, onde os nossos nunca se comportavam de forma errada durante a guerra ultramarina, onde fazer jornalismo era tudo menos contar a liberdade.


Após 35 anos, as novas tecnologias permitem-nos fazer coisas extraordinárias, e uma delas é seguir a sequência de acontecimentos do 25 de Abril de 1974, mas com um hiato de 35 anos, quase ao segundo, o que pode ser feito em twitter.com/25Abril1974.

Viva a liberdade!

24 de abril de 2009

Sugestão para os saudosistas



Cartaz descaradamente copiado do blogue de André Benjamim.

21 de outubro de 2008

Por um novo hino português

Heróis do mar, nobre povo
Nação valente e imortal

É assim que começa o hino português, criado por Alfredo Kail, pouco depois da implantação da República, que se comemorou ainda este mês, e que está quase a fazer 100 anos.

Apesar de tudo, o hino já tem algum tempo, e há quem, meio a sério, meio a brincar (muito), propôs que a canção Movimento Perpétuo Associativo dos Deolinda passasse a ser o novo hino.
Com notícias na Antena 3, destaque no Blitz, referência no blogue do meu homónimo Nuno Markl (que foi onde li a notícia) e mais alguma publicidade, a petição que apoia este movimento tem recebido centenas de assinaturas, totalizando esta petição o interessante número de 1774 assinaturas. Se quiser assinar, cliquem aqui.


A letra da canção é a seguinte:

Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vais parar!

(resposta:)
Agora não, que é hora do almoço...
Agora não, que é hora do jantar...
Agora não, que eu acho que não posso...
Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!

(resposta:)
Agora não, que me dói a barriga...
Agora não, dizem que vai chover...
Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, é esta a direcção!

(resposta:)
Agora não, que falta um impresso...
Agora não, que o meu pai não quer...
Agora não, que há engarrafamentos...
Vão sem mim, que eu vou lá ter... (x13)

E um vídeo onde podem ouvir a música pode ser visto em baixo (ou vão aqui, que eu vou lá ter, para o verem no Youtube).

5 de outubro de 2008

Portátil Magalhães: uma fantochada ou uma boa iniciativa?

E a resposta à pergunta do título é: um pouco das 2 coisas.

Por um lado, temos todo o markting feito à volta do aparelho, que vai melhorar a educação no ensino primário, que é uma maravilha, que faz isto, aquilo e tudo o mais. E há ainda a questão do Controlo Parental eficaz, como disse o nosso primeiro.

Por outro lado esta acaba por ser uma boa iniciativa, pois vai permitir a muitas famílias terem um computador, em especial vai permitir que as crianças tenham acesso a um computador seu muito novas.


A fantochada


A primeira coisa que me saltou aos olhos foi a questão de ser um computador nacional.
Todos sabemos que o material usado para o fabrico de computadores vem normalmente de 2 sítios: China ou Taiwan, não de um país europeu, e este não é excepção.
O material deve ser quase todo fabricado fora da Europa, com algumas excepções, se bem que não sei qual é o hardware criado cá, mas talvez a capa o seja.

Além disso, há o facto de este modelo nem sequer ter sido criado por empresas portuguesas, já que se trata do Classmate PC, desenvolvido pela Intel, que permitiu que lhe dessem o nome de Magalhães. Depois a JP Sá Couto/Inforlândia montam os PCs numa fábrica em Matosinhos, colocam-lhe o Software e distribuem-no pelo país e pelo mundo (para já vão para a Venezuela, mas Argentina, Líbia, Brasil, Bélgica e Luxemburgo parecem interessados no Magalhães).

Depois de ver isto, ingenuamente ainda pensei: pode ser que o Software seja produzido cá em Portugal, pelo menos uma boa parte, e assim ainda se salvava alguma coisa, e poderíamos classificá-lo como portátil português, apesar de tudo.
A verdade é que a presença de português no software não é muito mais do que a língua usada nos programas, quando isso está completo (existe algum software que não tem a tradução para português completa), com algumas excepções, como são a presença de uma edição completa da Diciopédia, ou de um Linux Caixa Mágica 12 Mag (se bem que um Linux, por natureza, não é feito num único país, com a eventual excepção da sua apresentação final), uma edição especialmente concebida para este portátil. Muito pouco, se bem que seria um pouco inevitável ser assim. Até o referido software de controlo parental que vem por defeito não é português, apesar de existir uma alternativa que me parece boa, o Net-Mamma.

Quanto à instalação Dual Boot, com Windows XP e Linux Caixa Mágica 12 Mag, creio que, apesar de gostar da opção, o Linux não irá ter uma aceitação e uso muito alargados. O anúncio que o Steve Balmer da Microsoft veio fazer a Portugal, com a assinatura de um protocolo para a inclusão de mais algum software da companhia americana a incluir no Magalhães acaba por corroborar essa ideia. Para além de que poucos são os pais, professores, e especialmente crianças que vão usar intensivamente o mesmo, e muitos acabarão por nem o experimentar. Mas o tempo o confirmará, ou não. O facto de na sua versão comercial, que foi colocada à venda na Fnac, nem sequer vir com o Linux instalado indicia isso ainda mais.
A pressão da Microsoft certamente que iria ser sempre imensa, e tenho que admitir que um Magalhães sem Windows seria pouco exequível, infelizmente.
Os nossos vizinhos espanhóis, mas também outros colegas europeus e, especialmente sul-americanos, mais facilmente optariam por um Linux em exclusivo. Acredito que na Venezuela nem venham a ter Linux na versão que vá para lá.

Para ajudar à fantochada, temos o Sócrates a anunciar este portátil, fazendo-nos pensar que esta é uma iniciativa deste governo, financiada totalmente por este, desenvolvido totalmente por portugueses, o que não é bem verdade, já que uma parte dos custos inerentes à distribuição do computador aos alunos nas escolas, em especial a diferença entre o custo para os pais dos alunos (0 a 50 euros) e o seu custo de produção de 180 euros, é suportada pelas operadoras móveis, ao abrigo da atribuição de licenças 3G, sendo que o governo, através da UMIC, apenas escolhe onde o dinheiro se aplica e dá uma ajuda ao financiamento, pelo que disse o Sócrates (eventualmente apenas a parte burocrática da distribuição nas escolas e as sessões de apresentação), mas já estamos habituados a estas artimanhas de Markting, e agora que estamos a 1 ano das eleições elas ainda serão maiores. E os portáteis só vão ser entregues em 2009...
Para além disso, é dito pelo nosso primeiro que o "Magalhães é o produto da modernização do país" o que não está muito perto da verdade, dado o facto de, para o produzirmos, pouco mais fizemos do que juntar uns componentes importados e dar-lhe um nome, para além de que este Classmate foi especialmente pensado para países menos desenvolvidos...

Este computador é apresentado, em especial pelos governantes, como um meio que irá ajudar a melhorar a educação em Portugal. Mas estão a pensar no que dizem? Não será melhor começar por melhorar outras coisas mais importantes, como o conforto das salas de aulas, o material das mesmas, a própria gestão escolar? Talvez o Magalhães ajude, mas não faz milagres. Para além disso, ainda estão por provar as vantagens de usar um computador nas salas de aula, em especial por quem ainda está na sua formação primária, e que ainda está a começar a aprender a escrever.

Já agora, o controlo parental do Magalhães só será eficaz, se houver alguma vigilância e pró-actividade dos pais, já que não há software que faça milagres.

Mas nem tudo é mau.


Uma boa iniciativa (e daí talvez não)

Apesar de tudo, uma iniciativa destas tem o seu mérito, pois acaba por permitir que as crianças não incomodem ou estraguem os computadores dos pais, por um lado, mas por outro terão oportunidade de usar um computador desde bem novos, habituando-se desde novos às TIC, eventualmente, levando-as a dominar estas tecnologias com mais facilidade (mas não dominavam já?).

Já todos sabemos que as crianças desta idade (e até mais velhas) estão bem mais interessadas no lazer do que nos estudos, e o facto de terem à mão um computador para usarem em qualquer lado vai levar a que se acabem por distrair um pouco mais do que aconteceria se não tivessem o computador. Mas, bem ou mal, vão acabar por se habituar ao computador desde novos.
Mas, se colocassem computadores nas salas de aulas, com um rácio de 1 computador por 1 ou 2 alunos, não iria ter um efeito semelhante? Provavelmente sim, se bem que os miúdos que tivessem acesso a um computador em casa iriam ser mais beneficiados do que os que não tivessem, no momento de fazer TPC no computador.

E depois há a questão dos professores, em que alguns não sabem usar um computador, quanto mais ajudar/ensinar os miúdos a usá-lo. Mas isso também poderá ser resolvido em parte, e não será a globalidade, especialmente entre os mais novos (se bem que muitos desses estejam no desemprego).

Além disso, isto parece vir a ajudar às exportações portuguesas, porque a juntar ao milhão de Magalhães exportados para a Venezuela, devem vir por aí mais alguns, e apesar de importarmos muitas das peças para assemblar o computador, alguma coisa ficará por cá (umas dezenas de milhões, mais ou menos).


Em resumo, trata-se de mais uma bela operação de Markting a que este governo nos habituou, embora a iniciativa tenha as suas qualidades e virtudes.

16 de setembro de 2008

Uma (má) estatística

Hoje soube um número que me deixou absolutamente surpreso, especialmente quando comparado com outros países.

Esse número é 40%. Na República Checa é de cerca de 93%, na média da OCDE é de 77%, na Espanha e Grécia ronda os 60 a 70%.

Infelizmente esse valor não é bom para Portugal, pois representa o número de portugueses com 24 a 35 anos que têm, pelo menos o 12º ano.

Assustador, não é?

7 de agosto de 2008

11 de julho de 2008

Promete tanto que...

... promete menos do que o que temos.

Há alguns dias o nosso caro Primeiro-Ministro, José Sócrates, aquando do anúncio do projecto do carro eléctrico desenvolvido pelo consórcio Renault-Nissan disse o seguinte:

Se um carro eléctrico já existisse actualmente, apenas pagaria 30% do imposto automóvel, já que este imposto tem em 70% uma componente ambiental. O Governo está disponível para criar um quadro fiscal ainda mais atraente.
Afinal, a Quercus veio alertar que não é bem assim, e que os carros eléctricos já estão isentos de IA ( e também do Imposto de Circulação).

O homem tanto promete que chega a prometer como abaixamento aquilo que afinal é uma subida.

12 de abril de 2008

Portagens nas SCUT's

Por definição uma portagem SCUT não tem custos para o utlizador, uma vez que SCUT significa isso mesmo: Sem Custos para o UTilizador. Mas isso não é impedimento a este governo para que venham a ter portagens.

A introdução de portagens nas SCUTs tem 2 condições: o rendimento per capita das regiões servidas pela autoestrada, e a existência de alternativas viáveis.
No caso da A28, que liga o grande Porto ao Alto Minho, nenhum destes critérios está cumprido: o rendimento per capita do Alto Minho fica longe do da média nacional, e a alternativa existente é a Nacional 13, que está cheia de pontes, zonas comerciais, semáforos, engarrafamentos, etc. A acrescentar a isto temos a alternativa ferroviária, mas esta é ainda pior que a nacional 13, pois a viagem desde Viana até Campanhã demora mais de 1 hora e meia, quando por autoestrada não chega a 1 hora. Ou seja, nenhum dos critérios está cumprido, mas ainda assim vai-se avançar com a introdução de portagens.

Se concorda que não devem ser introduzidas portagens na A28, assim como noutras SCUT's, assine a petição, dirigida ao Primeiro-Ministro, em www.naoasportagensnasscuts.com.
A petição já vai com mais de 10000 assinaturas, e continua a crescer a alto ritmo.

22 de março de 2008

O vídeo da polémica

Quando comecei a ver este vídeo, não me apercebi do que era, pensando que seria uma brincadeira. Mais tarde comecei a aperceber-me de que estávamos numa sala de aula, onde uma professora tinha tirado o telemóvel a uma aluna, e esta, desrespeitando completamente a professora, exigiu que devolvesse o telemóvel. De seguida a cena continua, e a professora quase cai ao chão, tendo os colegas rodeado as duas intervenientes (uma é uma pessoa, a outra ainda estou na dúvida), nem sei bem se para as separar, se para agredir ainda mais a professora, que era mais baixa e frágil que a aluna.

Esta cena decorreu na aula de francês da turna 9.º C da Escola Secundária Carolina Michaëlis, situada no Porto, e foi filmada em plena sala de aula por outro aluno que também não era muito educado.


Depois o vídeo foi colocado online no Youtube e noutros locais pela internet, tendo sido devidamente divulgado, tendo chegado às televisões, jornais, rádios, sites noticiosos, onde teve a sua mais ampla divulgação.
De referir ainda o vergonhoso título que o vídeo teve inicialmente no Youtube: "9º C em grande". Palavras para quê?


Eis o vídeo:


Peço desculpa se o mesmo tiver sido retirado do Youtube, mas dado o seu conteúdo, tem sido constantemente retirado do referido site.

Onde pára a educação dos jovens? E o respeito pelos seus superiores, sejam pais, professores, ou o que quer que seja?

28 de agosto de 2007

Mais uma vez...

... temos um campeão e os jornais desportivos não dão o merecido destaque ao feito.

Os jornais desportivos mostraram isto:

Ou seja, apenas um deu o merecido destaque, enquanto que os outros 2 deram mais ênfase a um reforço de uma equipa. Curiosamente o que deu menos destaque à bola foi a bola.

Mas resolvi investigar um pouco mais, e fui ver as capaz de alguns jornais generalistas: JN, Público e Correio da Manhã, por serem alguns dos mais lidos. Eis as suas capas:


Comparando o panorama dos jornais desportivos quando a Naide Gomes se sagrou bi-campeã europeia em pista coberta, está melhor no caso dos desportivos (nos outros não posso comparar), mas ainda assim está mau. Até os jornais generalistas dão mais destaque à primeira vitória em campeonatos do mundo de atletismo para um homem português, do que 2 dos 3 desportivos.

E assim vai Portugal.

18 de agosto de 2007

Ecoterrorismo

Hoje vi na televisão uma reportagem sobre uns rapazes e raparigas que, contra o milho transgénico, destruiram uma plantação de milho.

Cito as palavras do Glória Fácil para exprimir o que acho desta situação:

Em tempos, há muitas, muitas décadas, cobri para o DN uma Presidência Aberta de Soares exclusivamente dedicada ao Ambiente. 18-dias-18 pelo país "offroad" conhecendo os mais diversos problemas ecológico. De Norte a Sul, num programa maluco à Soares com 300 paragens por dia em todas as estações e apeadeiros e, inclusivamente, um saltinho de três dias aos Açores. Desses dias recordo as queixas angustiadas de criadores de ovelhas e de cabras da zona do Tejo internacional (Beira Interior) com os ecologistas fundamentalistas que insistiam em proteger imenso as raposas e lobos da zona - que por sua vez se alimentavam do ganha pão dos tais criadores (e respectivos pastores). A comitiva estava toda - a começar pelos jornalistas - imbuída dos melhores sentimentos ecológicos e nesse momento percebemos, muitos de nós, que nem tanto ao mar nem tanto à terra. Quando sei que uma cambada de imbecis destruiram hoje uma plantação de milho transgénico em Silves, a minha tendência imediata é para pensamentos suaves. Do género:

- Puta qu'os pariu!

E espero bem que aqueles meninos e meninas sejam todos devidamente identificados e devidamente julgados e devidamente punidos, de forma exemplar e tudo, o que até poderia passar por pô-los lá naquela propriedade a replantar tudo o que destruiram, de sol a sol, de preferência vigiados de muito perto guardas prisionais discretamente armados de "shot guns". O ecoterrorismo chegou a Portugal e é melhor que o mundo saiba que cá não irá longe.

Mais palavra, menos palavra, é isto.
Uma pergunta: serão de extrema esquerda?

16 de julho de 2007

Braga Campus Party

Depois de há mais de um mês ter falado aqui sobre a Campus Party Portugal 2007, que foi cancelada, venho falar da Braga Campus Party, que pretende suprimir, em parte, a ausência da Portugal Campus Party.

Há a dizer que é feita em cima da hora, embora creia que as condições de realização da mesma sejam razoáveis, pelo menos no que toca a infraestruturas de rede. Provavelmente já não se poderá falar o mesmo sobre a alimentação e o alojamento, uma vez que o preço a pagar não incluirá, nem a alimentação, sendo que os participantes terão que arranjar forma de se alimentar, embora se fale em haver locais próximos do local onde se possa comer, nem alojamento como era hábito nas edições da Minho Campus Party, onde havia tenda e saco-cama cedidos pela organização, sendo que desta vez terão que ser os participantes a levar estas coisas para o local, que é o estádio do Braga, como foi da última vez em que se realizou a Minho Campus Party, 2004.

De resto, vai haver tudo o necessário, incluindo os balneários e um bar de apoio, para além dos stands de empresas e instituições, os brindes dados pelos patrocinadores e pela organização, e um local de apresentações, sendo que este espaço estará aberto mesmo a quem não participe no evento, sendo de entrada livre.

Gosto especialmente da área Linux devido à existência de 2 concursos de programação: um de código mais curto e outro ao estilo ACM, de desafio para resolver um problema. Não faltam também as áreas de jogos, com muitos dos jogos do momento, incluindo o CS.

Falta falar que o preço até é atractivo, de 35 € (é o que dá não incluir alimentação e tendas), vai-se realizar no Estádio do Braga - AXA, e conta com alguns dos apoios técnicos e logísticos que estavam garantidos para a Campus Party Portugal, como a Cisco e a PT.

Para os mais distraídos, o site está em http://bragacampusparty.dsi.uminho.pt/.


Nota: antes que perguntem, não sei se vou, mas é provável que não.