26 de agosto de 2006

Mais uma situação atribulada

Depois de um dia de ontem bastante confuso e conturbado no futebol português, mas também inédita, aconteceu-me hoje uma situação bastante inédita.

Fui com os meus pais à missa. Passaram mais de 10 minutos desde a hora marcada e é informada toda a assembleia que o padre, que já era substituto em virtude de o pároco da paróquia estar de férias, "esqueceu-se" e já não vinha, podendo ir toda a gente embora.

Se um atraso de poucos minutos não se nota, um atraso deste tamanho nunca me lembro, mas um padre não comparecer parece-me inédito.

Isto aconteceu na paróquia de São Tomé da Correlhã, em Ponte de Lima na missa da 20h deste Sábado.

Confusão na Liga Portuguesa

Tudo começou há muitos anos quando um grupo de macacos se separou da sua manada, tendo evoluído para aquilo a que hoje denominamos de espécia humana. Oops, não é preciso contar a história da espécie humana (se bem que pareçam um grupo de animais que não se organizam como deve ser).
Tudo começou há cento e poucos anos quando um grupo de ingleses se juntou e criou um desporto que denominou de football (futebol, em português). Também não tão cedo, mas tem a ver com esse desporto, se bem que seja mais relacionado com questões jurídicas.

O caso que agitou, e continua a agitar, o futebol português (e que ainda não acabou) começou na época passada quando um clube conhecido como Gil Vicente contratou a um clube amador um jogador amador, Mateus. O Mateus jogou 4 jogos pelo clube de Barcelos, tendo marcado 2 golos e visto um cartão amarelo, não tendo visto cartões vermelhos. Um dos golos foi numa goleada por 5-0 (5 de Fevereiro, em casa contra o V. Setúbal) e o outro foi o segundo dos 4 da vitória tangencial em casa contra a Académica por 4-3, a 19 de Fevereiro.

O problema é que nenhum clube profissional, da primeira Liga ou da liga de honra, pode contratar um jogador amador, isto é, um jogador de um clube amador, tal como fez o Gil Vicente ao contratar o Mateus. Este problema devia não ter acontecido, visto que, dadas as circunstância aqui descritas, a inscrição do Mateus não devia ter sido aceite na Liga.
Tal como indiquei, a participação do Mateus nos jogos do Gil Vicente levou a que o Gil conquistasse mais 2 pontos, que ao não terem sido conquistados teriam levado à descida de divisão "em campo" do Gil, em detrimento do Belenenses que teve menos 1 ponto. Mas esta situação, apesar de tudo, não tem nenhuma influência na consequência deste caso, embora dê para perceber que uma situação destas de contratar um jogador que não devia ter sido contratado pode mudar os resultados.

O Conselho Disciplinar (CD) da Liga decidiu que o Gil Vicente devia descer de divisão em virtude deste caso, mantendo-se na primeira liga o Belenenses. O caso foi decorrendo nos orgãos de justiça desportiva responsáveis e a decisão (aparentemente) final foi esta. O sorteio foi feito com o Belenenses, passou o tempo, o Gil passou para a liga bwin.com, e depois a meio da semana antes do arranque da época 2006/2007 a decisão de última instância na justiça desportiva foi a favor da penalização do Gil Vicente com a descida de divisão, ficando o Belenenses como adversário do Benfica na jornada de arranque da liga.

O dia de arranque da liga foi bastante conturbado.
O Gil Vicente apresenta no dia anterior uma providência cautelar ao tribunal administrativo e fiscal de Lisboa (um tribunal fora da esfera da justiça desportiva, o que não podia fazer neste caso) que foi decidido em menos de 24 horas, tendo a decisão sido algo dúbia e contraditória, mas que aparentemente levava à não descida do Gil, descendo o Belenenses, tendo o presidente da liga, Valentim Loureiro pedido um esclarecimento da decisão, tendo sido esta a confirmada.

Na sequência desta decisão a Federação Portuguesa de Futebol, após uma lembrança da FIFA das consequências de um recurso aos tribunais civis que levariam a uma suspensão das competições internacionais de todos os clubes e selecções portugueses, o Gil Vicente foi suspenso de todas as competições organizadas pela federação em que o Gil participe, tendo começado por suspender um jogo de Júniores, e tendo dado instruções à Liga para fazer tarefa semelhante.
Para juntar a esta situação, o Leixões apareceu, pedindo a impugnação dos campeonatos profissionais, o que levou a que os jogos em que participem Leixões, Gil Vicente (estes dois defrontar-se-iam na primeira jornada da liga de honra) e Belenenses (que ia defrontar o Benfica).
A sequência cronológica dos acontecimentos não foi exactamente esta, mas a confusão é tanta que nem dá para perceber bem qual foi.

A consequência disto tudo foi que o Benfica ao fim do dia de ontem não sabia com quem ia jogar, embora tivesse a indicação que jogaria com o Gil Vicente. Em virtude disto o seu presidente até disse que o Benfica tinha 4 balneários e podia receber 3 clubes, estando, inclusivé, os balneários todos juntos.
Só ao fim da manhã de Sábado, apesar de tal situação já se saber ao fim da tarde de Sexta, é que o Benfica recebeu que não ia jogar com ninguém esta semana, tendo o Benfica emitido um comunicado a indicar que não iria jogar esta semana, ficando o estádio fechado e pedindo desculpa a quem comprou os bilhetes, dando indicação sobre o destino destes.

O Gil Vicente, para juntar a isto tudo, apareceu também na manhã de Sábado a indicar que iriam aparecer na Luz para jogar, tendo feito a viagem e estando hospedados neste momento num hotel de Lisboa. Ainda acham que vão jogar?

O Belenenses primeiro indicou que ia aparecer no estádio para defrontar o Benfica, mas depois, em virtude dos comunicados da Liga, indicou que não ia aparecer, tendo sido sugerido pelo seu treinador aparecer na Luz para efectuar um jogo-treino à hora do jogo oficial marcado para aquele estádio.

Espera-se que seja tomada uma decisão ainda esta semana, uma vez que a FPF vai-se reunir na próxima Quarta-feira, de forma extraordinária, para debater o caso Mateus. Talvez não saia nada dali, mas esperemos que o caso se resolva logo que possível.

Parece que não é só em Itália que há uns caos no futebol, com o "Calcio Caos", pelos vistos em Portugal a coisa não está melhor.

24 de agosto de 2006

Plutão

Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. São estes os 8 planetas do Sistema Solar.

Isto porque a União Astronómica Internacional concluiu em Assembleia-geral reunida nos últimos dias em Praga que as características e órbitra de Plutão não correspondem às de um planeta. Uma das razões é o seu tamanho, por ser maior que a Lua. A outra razão é a sua órbitra que não é igual à dos 8 planetas do sistema solar, segundo a nova designação.
Plutão passou a ser um protótipo de um novo corpo celeste, de corpos que se encontram para lá da órbitra de Neptuno, sendo que uma das designações é de Plutões.

Plutão pertence a uma nova categoria de planetas anões, juntamente com Ceres e Xena.

Um anúncio da Pepsi banido

Fica um anúncio à Pepsi que foi banido por alguma razão que o próprio vídeo desvenda...

23 de agosto de 2006

Are you stupid?

Encontrei este teste na internet, em inglês, que permite descobrir qual é o seu grau de estupidez.
O meu resultado é 41, o que quer dizer que sou "esperto, mas estúpido".

Pode fazer o seu clicando na imagem em baixo.

The Stupid Quiz said I am "Kinda Smart, but Stupid!" How stupid are you? Click here to find out!

Presidente da CM de Setúbal e PCP

O Presidente da Câmara Municipal de Setúbal abandonou, a pedido do PCP, o cargo.

Não é o PCP um partido que gosta de dar a voz ao povo? Quem elegeu o presidente da Câmara foram os eleitores de Setúbal, não foi o PCP.
A verdade é que o PCP não exigiu a sua demissão, mas impulsionou fortemente essa demissão.

Há ainda a ter em conta o inquérito relativo a demissões compulsivas que ocorreram na Câmara, tendo levado a, possivelmente, gestão danosa da autarquia.

Depois dos casos dos dissidentes do PCP há alguns anos, este caso é mais uma prova que o PCP não é um partido democrático.

20 de agosto de 2006

Televisão em Portugal

Tenho passado grande parte dos últimos dias pelo fórum do Televizoom (site em que Daniel Oliveira da RTP é um dos impulsionadores). Nele se debate um dos assuntos que eu mais gosto: televisão. E estes tempos têm sido de intenso debate, apesar das férias.

Todos conhecem o fenómeno Floribella, todos conhecem o fenómeno Morangos com Açúcar. Alguns (pelos vistos cerca de milhão e tal todos os dias) sabem que existem os especiais, mas o que não sabem é que a guerra de audiências está de tal modo ao rubro que neste mês de Agosto, e com 18 dias de audiências publicados, ainda não se sabe quem vai ganhar o mês, havendo um empate técnico. Isto até ajuda a que as estações de televisão trabalhem mais para criarem um melhor produto, mas será mesmo melhor?
Em termos de qualidade de produção, essa melhoria vai acontecendo, aos poucos, com a experiência. Em termos de quantidade de produção nacional, esta vai aumentando, levando a que se descubram novos talentos, melhorando o futuro da produção nacional.

Mas nem tudo são rosas. Vão aparecendo alguns actores, nomeadamente na Floribella e nos Morangos com Açúcar, que não mostram ter grande talento. Isto será resultado do excesso de actores necessários? Talvez, afinal os bons actores não nascem do céu, ou produzem-se numa fábrica perto de Lisboa.
Isto leva a outra questão: será que se está a exagerar no número de novelas em produção? Parece-me que sim, afinal temos 1 novela na SIC mais 4 na TVI. Somemos o Câmara Café na RTP e algumas novelas em pré-produção, quer para a SIC, quer para a RTP, quer para a TVI, e temos um enorme conjunto de actores, que terão que ter alguma qualidade para termos qualidade nos produtos. Depois adicionemos os que estão a fazer teatro, os que estão parados e os poucos (se existirem) que estão a trabalhar em filmes. Mas só nos que têm talento. O resultado são centenas ou milhares de actores. Será que 10 milhões de pessoas conseguem ter tantos bons actores? Não que seja contra as más experiências, mas tudo tem um limite.

Ainda na área do excesso de novelas, elas acabam por dominar o horário nobre das televisões generalistas. O que é isto? Em 4 canais generalistas, 2 apenas transmitem novelas no horário em que a maior parte das pessoas está em casa! Depois queixam-se que as pessoas não lêm: as novelas entram pela casa fora. Para quê cansar-se a ler? Afinal o dia de trabalho lá vai. Queixam-se que as pessoas não vêm televisão. A resposta é que a escolha é pouca. Há o cabo, mas nem toda a gente o tem.

Há outro fenómeno no panorama televisivo português que todos terão notado: a SIC passa o dia inteiro a falar da Floribella ou a transmiti-la, enquanto que a TVI faz o mesmo aos Morangos com Açúcar. Mais uma razão para as pessoas se cansarem da televisão.

Já agora, o meu nick no fórum do televizoom é bigs.

16 de agosto de 2006

Sinistralidade: prevenção e polémica (2)

Depois do anúncio polémico, o MAI e a Galp Energia resolveram mudar o texto do anúncio, mantendo as imagens usadas.

O novo texto, que tenta transmitir a mesma ideia, mas procurando ser menos polémico, é o seguinte, basicamente: "Um avião cheio de crianças. Todos os anos é este o número de crianças mortas vítimas da velocidade nas estradas. Já chega, não acha? Um conselho do Ministério da Administração Interna e da Galp Energia."

7 de agosto de 2006

Sinistralidade: prevenção e polémica

O Ministério da Administração Interna lançou recentemente uma campanha publicitária, que ainda decorre, e que tem o apoio da Galp, em que afirma que todos os anos morre um avião cheio de crianças, vítimas da velocidade nas estradas, mostrando as crianças a entrarem no avião, enchendo-o, acabando com a porta do avião a fechar-se. Todos os portugueses devem tê-lo visto.
O texto do spot, correcto e confirmado, é o seguinte: "Todos os anos cai um avião cheio
de crianças em Portugal. É este o número de crianças vítimas da velocidade nas estradas portuguesas.
Este ano ajude-nos a evitar uma tragédia, reduza a velocidade. Um conselho do
Ministério da Administração Interna e da Galp Energia".

Quando o vi, achei que era uma imagem de choque, e que era interessante, podendo vir a ter resultados, embora este tipo de anúncios tenha que ser uma constante, não se limitando a anúncios pontuais, tendo que haver uma prevenção para a cidadania.

O que este anúncio tem de blogável é a opinião que Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) e associações ligadas à aviação (sindicatos de pilotos e companhias de aviação) colocaram na praça pública, contra a campanha: os primeiros por os números serem errados, a forma não é a correcta, etc e os segundos porque dá uma imagem errada da qualidade da aviação. Sinceramente, não concordo com a opinião de cada um deles.

A PRP, pela voz do seu presidente, disse que enquanto que um avião daqueles leva 300 pessoas, o número de crianças sinistradas e que foram vítimas da velocidade nas estradas em 2005 baixou para 20 e qualquer coisa, comparativamente com os 40 e tal do ano anterior. Lembrei-me logo que a imagem mais correcta seria de um autocarro cheio de crianças, embora não pudesse ser cheio, o que talvez não causasse tanta polémica, mas talvez a imagem não fosse tão forte. Se é verdade que a imagem deva ser forte para assustar, também é verdade que não se deve fazer uma campanha de prevenção baseada na mentira. Mas quais são os números correctos? Os da PRP à volta de 30 ou os do ministério à volta de 300? O ministro voltou a afirmar que eram "centenas" as crianças sinistradas.
O presidente da PRP também afirmou que, provavelmente, a Galp, que terá organizado a campanha, não seria a empresa mais qualificada para elaborar campanhas de prevenção da sinistralidade. Por mim creio que possa não ser a mais adequada, mas pelos resultados da PRP talvez a mesma não o seja, e de qualquer forma as empresas privadas, os grupos de cidadãos e as organizações em geral estão no seu direito de elaborar acções de prevenção, como estas, ou outras. Está-me é a parecer que ficou chateado por não ter sido envolvido na campanha, mas também não sei de quem foi a ideia, se do MAI, se da Galp.

Quanto à posição, bastante semalhante, quer dos pilotos, quer das companhias de aviação, parece-me exagerada.
Não me parece que estejam a afirmar na campanha que cai um avião todos os anos em Portugal, ainda por cima cheio de crianças, apesar de poder dar essa ideia quando é dito no spot televisivo que "Em Portugal, todos os anos cai um avião cheio
de crianças.", mas também é dito logo a seguir que é "este o número de crianças vítimas da velocidade nas estradas portuguesas". Parece-me que se está a fazer uma comparação, dando a ideia que o número de crianças que morrem todos os anos vítimas da velocidade dos automóveis nas estradas portuguesas é semelhante ao número de ocupantes de um avião.

Estou certo ou errado?