22 de novembro de 2006

Arredondamentos

Muito se tem falado sobre o assunto, venho ainda falar de um assunto relacionado com a citação anterior para o nada mais claro:

Recentemente veio a saber-se que os arredondamentos na Banca andavam a ser efectuados de uma forma que, acima de tudo, prejudica o cliente. É exactamente este tipo de práticas que eu critico nas empresas. Por um lado, querem dar a imagem da preocupação social. Por outro lado, nada fazem para respeitar os clientes.
Quando andei na escola, nas aulas de Matemática aprendi que os arredondamentos tanto podem por cima como por baixo, depende da regra. Pode ser para a valor mais próximo, por excesso ou por defeito. Os bancos tinham o hábito de arredondar sempre por excesso, e não era à casa decimal mais próximo do alvo do arredondamento (normalmente a centésima ou a milésima de ponto percentual) era ao oitavo de ponto percentual (p.p.) (0.25%) ou ao quarto de p.p. (0.125%) imediatamente acima.

Para dar um exemplo,vejamos a situação em que a taxa base, após Spread, estava em 4.001%. Se o arredondamento fosse o menos prejudicial, seria ao quarto de p.p., ou seja, para 4.125%, o que corresponderia a um ganho de 0.124%. Num empréstimo de 100 mil euros, isto corresponde a uma diferença de cerca de 7 euros por mês, ou seja, 2500 euros ao longo das 360 prestações. Este será, aproximadamente, a diferença média para um arredondamento a 1/4, sendo que
para 1/8 seria metade.
Isto mostra como é que um "pequeno" arredondamento pode criar um acréscimo no valor final do empréstimo relevante.

Foi com estes pequenos arredondamentos que os bancos ganharam 1,2 mil milhões de euros em 10 anos.

Grão a grão...

Sem comentários: