Na passada Sexta-feira, o BaToTas organizou, integrado na I Feira de Caça e Pesca de Ponte de Lima, um passeio nocturno de bicicleta.
Dado o preço da actividade (0 €) e a vontade de participar, inscrevi-me, e lá participei. A bicicleta era nova, embora já tivesse sido estreada com um furo no primeiro dia de uso, assim como o material apropriado novo: lanterna e conta-quilómetros.
Dirigi-me na sexta-feira à noite para a vila de Ponte de Lima, já em cima da hora, e ainda sem saber exactamente onde se realizaria a prometida concentração, mas lá a encontrei (como seria de esperar, era a Expolima, um verdadeiro local para toda a obra), tendo antes encontrado um grupo devidamente identificado que vinha de Arcos de Valdevez para fazer este passeio.
Cheguei, dei o nome, recebi um "dorsal", o 30, (na realidade é uma identificação para colocar na frente da bicicleta, mas não sei o nome mais correcto), e lá esperei pela partida. Creio que estavam presentes 34 ciclistas, pelo que ouvi da boca de um organizador.
Era prometido um passeio de dificuldade baixa de cerca de 30 km, pelo que anunciava o cartaz, e fomos avisados antes da partida que haveria um troço em que teríamos que atravessar a estrada, o que seria sempre complicado, ainda para mais sendo de noite.
E quase assim foi. O quase está ali porque o passeio ainda foi menos de 30 km, um pouco mais de 20 segundo o conta-quilómetros que equipa a minha bicicleta. Quanto à dificuldade, creio que efectivamente se pode considerar baixa, dado que houve várias paragens, para recuperar os atrasados, mas também para que ninguém se perdesse pelo caminho. Fiz bem a viagem, embora nem sempre no grupo da frente.
A viagem começou com a saída a partir da Expolima em direcção à Avenida dos Plátanos. Uma saída relativamente calma, mas em que se começava a notar alguma dispersão dos participantes, assim como vários que não traziam luz nocturna, inevitavelmente necessária para um passeio desta ordem, mas tudo na "descontra".
Passada a Avenida dos Plátanos, com várias apitadelas e avisos sonoros aos transeuntes, entrou-se pela ecovia, e foi-se andando sem atribulações. O problema para mim surgiu numa subida curta, mas íngreme, em que se a ter preparado convenientemente acabei por bater na zona do guiador e aí fazer as 2 primeiras baixas: quer o conta-quilómetros, quer a lanterna que trazia cairam ao chão. O conta-quilómetros ainda se recuperou, mas a lanterna partiu o seu apoio, o que implicou fazer o resto da viagem com o mesmo nas costas ou seguro pela mão. Não durou mais de 3 km sem se partir.
Pouco mais à frente fez-se a primeira paragem técnica, para recuperar os atrasados e aproveitou-se para ir fazendo o abastecimento líquido, e também sólido para alguns. Avistava-se mais para Sul, no Monte da Nó, a iluminação emanada da Festa da Boa-Morte. Estava em casa.
A viagem lá continuou, tendo parado um pouco mais à frente por causa de uma corrente que saltou. Contingências de quem anda de bicicleta.
Mas o pior estava para vir para mim. No fim de Vitorino das Donas fomos por uma zona complicada, que não seria o trajecto previsto, e que não parecia pertencer à Ecovia, tão grandes eram os buracos salientes na via, naturalmente fruto de passagem de tractores e outros veículos de 4 rodas. O problema era escolher o sítio por onde passar: pelos lados nem sempre dava, por um dos sulcos arriscava-me a cair, pelo meio nem sempre era fácil. A juntar a isso tudo, havia várias possas de água. E o inevitável lá aconteceu: caí. E caí de tal maneira que acabei por molhar a zona do dorsal, onde estavam vários equipamentos que trazia comigo: telemóvel, câmara fotográfica e até um MP3 (que nunca cheguei a usar nesta actividade), embora todos se tenham safado, mesmo a câmara que ficou inevitavelmente embaciada, como se pode ver nalgumas fotos. Mas além de ter caído uma vez, caí outra por culpa própria, e ainda outra para evitar embater numa ciclista que à minha frente também caiu. Falta de hábito para estas andanças, talvez. Felizmente todas as quedas foram sem danos físicos.
Finda esta zona mais atribulada, chegou a altura de atravessar o rio, o que foi feito pela única zona onde atravessámos a estrada: a ponte de Lanheses, e um trajecto de alguns quilómetros mais à frente até entrarmos na ecovia do lado norte. Ao aproximarmo-nos da entrada da ecovia ainda se esteve algumas centenas de metros com os organizadores da "bicicleta-vassoura" a gritarem ocasionalmente para o grupo da liderança para pararem, por forma a reagruparmos, mas tal foi conseguido por causa de um engano no trajecto quando era necessário virar à direita e entraram pelo caminho errado.
Depois de entrar por esse trajecto andou-se um pedaço até apanhar uma zona de mato onde era preciso desviar à direita. Não fosse estar parado o grupo da frente, e concerteza que eu, mesmo com a iluminação, dificilmente os apanhava. Atravessei a zona de mato por um trajecto que certamente não coincidia com a ecovia ou com algum caminho, felizmente sem furar (e felizmente ninguém no pelotão teve furos, mas pelo menos eu estava preparado com um kit de reparação, já que a câmara de ar suplente não cabia no meu equipamento).
Após esta paragem para reagrupamento seguiu-se um trajecto em velocidade elevada na zona de Bertiandos, até que um cruzamento com curva à direita obrigou à última paragem técnica para reagrupamento, tendo esperado algum tempo pelos retardatários, tendo nesta altura mais alguém aproveitado para tirar mais algumas fotografias.
Após esta última paragem, o último troço foi também feito em velocidade elevada, fruto da qualidade do piso, apesar de o mesmo não permitir mais do que um ciclista de cada vez. No final do troço, e na entrada em Ponte de Lima, a iluminação já era elevada, o que não obrigava, felizmente para mim, a uma iluminação própria. Atravessámos o rio novamente, desta vez pela ponte romana, e depois foi a chegada à Expolima, tendo sido os ciclistas encaminhados para o parque da Expolima. Neste momento foi altura de pousar os meios de transporte, por forma a irmos para o "reforço alimentar anunciado".
Pensando eu que o reforço alimentar seriam alguns produtos energéticos (barras, chocolates, etc), rapidamente constato que tal não é verdade. Havia bebidas (cerveja, sumos e águas), para além de um caldo verde, broa, pão e costeletas. Foi uma bela ceia, já que tendo a prova sido marcada para as 21h30, a mesma ainda se atrasou uns minutos, tendo demorado quase 1h30 sem as paragens o que arrastou, com as paragens, o fim do passeio já para depois da 23h. O convívio final foi agradável, com algumas histórias contadas (e também o fim da preparação das costeletas, que ainda não estavam todas assadas).
Isto demorou mais de uma hora para mim, tendo deixado alguns convivas, muitos dos quais mais próximos da direcção do clube organizador, que ainda ficaram a conversar e a comer. Já passava da meia-noite quando resolvi ir para casa (desta vez de carro, tal como tinha chegado) apesar da proximidade relativa com a minha casa.
Chegado a casa tinha à minha espera estes 3 pequenotes que se podem ver à direita e que naquele momento, apesar de serem gatos, queriam mas era dormir.
Mais em baixo tenho as restantes fotos do evento, incluindo o próprio cartaz. Quem quiser está à vontade para ver.
Espero que gostem do relato.